quinta-feira, 27 de maio de 2010

As guitarras de Nuno Mindelis

Fender Stratocaster 1958 3 tone sunburst

1958 é um ano de transição para as fender stratocasters. Até então, elas eram feitas com braço em maple e "two-tone" (dois tons) sunburst. Essa de Nuno é uma das primeiras a ser feita com "three tone" sunburst (três tons - preto, vermelho e amarelo), mas ainda manteve o braço e escala em maple. No ano seguinte viriam as primeiras stratos com braço tendo escala em rosewood. A título de curiosidade, posso dizer que uma guitarra como essa, toda original, vale hoje em dia algo na casa dos USS 40.000,00 para colecionadores. Essa do Nuno, como todas as suas outras guitarras, tem uma história super interessante. Deixemos que ele próprio nos conte:

"Usei essa guitarra emprestada num show em Boston e, ao final do show, o dono (que não chega a ser um colecionador, mas que gosta de comprar umas raridades aqui e ali, como por exemplo uma tele que era do Roy Buchanan) deu-me de presente. ("Você fez essa guitar cantar, e eu nunca serei capaz de fazer o mesmo"). Recusei-a por educação durante uma semana e ele então acabou pedindo que eu somente a trouxe-se para o Brasil e gravasse um disco com ela. E depois ele me visitaria e a levaria de volta. Quando cheguei aqui, ele me ligou e disse: "eu estava mentindo, não vou buscá-la". Deixei de usar esta guitarra regularmente ao vivo. Só a uso de vez em quando, já que tenho a sensação de carregar uma relíquia para lá e para cá, sujeita a todo o tipo de agressão que se pode imaginar, aqui no Brasil."






Gibson Les Paul SG 1973

As gibson SG tem o corpo todo de mogno, braço colado de mogno com escala de jacarandá. O som é mais macio do que o das outras les paul, sem o agudo conferido pelo tampo de maple das suas irmãs. Sobre a de Mindelis:

"O ano dela foi aferido pela data dos "pots" e pelos mini humbuckers que, nos modelos da primeira metade do 70, só saíram em 1973. Sua cor é castanha, tipo a do Tommy Iommi. Achei numa loja em SP e, apesar do estado (péssimo) em que estava (como se tivesse uma verdadeira máscara camufladora). Saquei tratar-se de outra Kalamazoo, portanto de ótima fabricação. É mais leve que a fender 58 (nunca achei que algum dia acharia algo mais leve que ela). As SGs dessa época eram muito boas e, embora não tenham o interesse dos colecionadores, têm o interesse muito grande dos músicos, especialmente nos EUA. É uma "guitarra de músico" mesmo. A Gibson vivia uma fase de indefinições no começo dos anos 70 (a cada ano, um modelo saía diferente do outro, a Gibson atirava para várias lados, tentando acertar) e curiosamente acertou muito entre 72 e 74. É a guitarra que tenho usado. Une a leveza de "hardware" da fender com o "gordinho turbo" das Gibson. Uma delícia de "navegabilidade".






Shecter Telecaster Custom

Esta outra guitarra de Mindelis é um troféu de seu talento, que foi reconhecido merecidamente pelos americanos em 1998, quando Mindelis ganhou o 30° concurso de aniversário da guitar player americana. É uma Shecter Telecaster, com corpo em Ash e braço em maple, com escala em jacarandá. A característica de uma tele assim é o timbre bem agudo, metálico e estalado. O corpo em ash dá agudos mais brilhantes, e o captador preso à ponte da o timbre metálico. Vejamos as palavras de Mindelis sobre a guitarra:


"Ela foi fabricada sob encomenda para o vencedor do "30th Anniversary Guitar Player Magazine Competition" em 1998. Uma jóia de guitarra. Um primor de fabricação. Uma das poucas guitarras contemporâneas que considero muito boas. Madeira crua, encerada, caps Shecter Califórnia, switch single/double coil. Às vezes uso no show, como segunda guitarra. Mas de fato é raro eu usar uma segunda guitarra no mesmo show. Sou desajeitado demais para trocar de guitarra no palco..."

(informações obtidas no site www.bluesnjazz.com.br)

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